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"EU NÃO ESTOU MAIS SÓBRIO", AFIRMA BILLIE JOE

Em recente entrevista para a Q Magazine, Billie Joe Armastrong, vocalista do Green Day, enfrenta seus demônios e relembra os períodos obscuros na sua carreira, como o incidente no iHeart Festival, tendências suicidas e sua sobriedade. Confira a tradução exclusiva da Green Day Brasil.

 

Em setembro de 2012 uma versão bêbada e irritada de Armstrong despedaçou sua guitarra e saiu do palco durante um colapso público, transmitido online pelo iHeart Festival, em Las Vegas. Infelizmente pra ele tudo ficou registrado e o timing não poderia ter sido pior, foi as vésperas do lançamento de ¡UNO!, o primeiro álbum de uma grandiosa trilogia, hoje apagada devido ao incidente com o vocalista.


Nas entrevistas que seguiram, Armstrong admitiu que o incidente foi produto de um vício fora de controle de álcool e remédios. Ele largou ambos e passou os anos seguintes se crucificando na imprensa. Hoje, ele tem uma visão completamente diferente daquilo.



"Acho que foi um dos momentos mais punk rock dos últimos 10 anos".


"Eu achava que aquilo era mais negativo do que foi", ele diz. "Agora eu acho que foi um dos momentos mais punk rock dos últimos 10 anos. E eu devia ter levado isso dessa forma ao invés de ter uma crise de nervos. Eu sei que é algo bastante obscuro para as pessoas envolvidas, como minha esposa e meus filhos, mas como uma peça de teatro, foi algo fantástico".


Ele admite que ele teria passado pela mesma coisa se ele fosse um motorista de caminhão como seu pai e não o vocalista de uma banda mundialmente famosa. "Provavelmente não teria acontecido em frente a tantas pessoas", ele diz. "Aconteceu em uma escala massiva. Mas levando em conta outros membros da família, haviam muitos problemas. Isso estava conectado a mim? Sim, acho que estava".


Armstrong afirma que seus problemas com bebida e drogas estão conectados com “problemas de ansiedade”. Presumidamente esses problemas não foram embora?


“Não”, ele diz. “Apenas tenho de lidar com eles. Tem alguns momentos[ele ri]. Momentos de meia-idade”.


Haviam outros motivos para a automedicação. “Há muito transtorno de stress pós-traumático que aconteceu na minha vida. Crescer em circunstâncias difíceis sem os pais por perto. Mas eu estou lidando com isso”.


Os suicídios dos colegas como Chris Cornell e Chester Bennington o afetaram? Estaria ele no mesmo caminho em algum momento?


“Não, não acredito nisso. Não acho que eu tenha essas tendências obscuras onde eu tiraria a minha vida. Auto destrutivas sim, mas não acho que eu acabaria comigo”.

Foto por: Jon Glitchoff

Ele ainda está sóbrio? Ele se encolhe não concordando.


“Tento escolher meus momentos hoje”, ele diz, o que significa ‘não’. “Não sou o Sr. Sóbrio ou algo assim, mas me mantenho longe das drogas que te puxam pra baixo. Passei cinco anos onde foi bom apenas clarear a minha mente”.


Ele se preocupa em voltar para velhos hábitos?


“Eu passo por ciclos onde estou completamente saudável, então vem aquele sentimento de que não estou... me divertindo o suficiente. Há uma linha tênue entre curtir e celebrar e as vezes eu ultrapasso ela. É algo que eu sempre terei de lidar, drogas e álcool”.

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